A Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC - promoveu eleições para Reitor em 10 e 30 de novembro-2011, com a participação de cinco chapas. Posto abaixo comentário de aluno que não pode votar:
Sou um dos 3.882 alunos de EAD da UFSC (15 cursos, dados do DC, dia 14-out-2011). Estas eleições aprofundaram minha decepção com a universidade, onde curso uma segunda graduação (licenciatura, para ser mais professora ainda, insana escolha). Se nos tempos do Jornalismo (onde Moacir foi Coordenador e professor) vivenciamos democracia, participação, debate, agora somos meros números na burocracia.
Quando peguntamos sobre a votação, não obtivemos resposta a vários emails. Depois um coordenador ligado ao curso, no CCE, nos disse que não votaríamos. Depois vimos nosso nome na lista dos eleitores. Afinal, aluno de EAD está regularmente matriculado. Para fechar em clima de absurdo, recebemos a informação de que poderíamos votar, mas teríamos que comparecer na urna em Florianópolis.
A verdade é que fomos ignorados. Se fazemos QUATRO ANOS de faculdade pela internet, espalhados em várias cidades pólo, com tudo online, inclusive provas que valem absurdos 60%, por que viajaríamos até a ILha? Quem pode dar-se a este luxo, saindo lá do oeste? E por candidatos que nos ignoraram...
A UFSC até acaba de sair da Ilha, mas não desce do salto. Teria sido fácil para o grande aparato técnico bolar uma maneira de registrar nosso desprezado votinho. Não recebemos um email, folder, ou qq material de nenhum dos dôutos candidatos.
Estamos no terceiro ano e até hoje nenhum representante do DCE se apresentou, mandou uma mensagem, nos convidou para qq coisa.
Só consegui ver fragmentos de entrevistas no Programa Educação e Cidadania, patrocinado pela UFSC, e apresentado por Maria Odete Olsen, na TV. Chamou-me a atenção o dia em que vi o candidato Irineu defendendo gratificação salarial para os 40 e poucos coordenadores de curso, já que são os únicos que ficam de fora desta benesse. Parece que são mais de 700 cargos comissionados. Fiquei pasma e me perguntei. Se o sujeito já recebe salário, tem emprego garantido, pagam-lhe condução se mora longe, por que ainda tem que ganhar gratificação? Virou um cabidão de emprego como o governo em geral?
Que tal esta gente olhar além do umbigo e ver a miséria dos colegas professores do estado, da própria prefeitura da capital (edital na Fepese-UFSC), os ACT-bóia fria? Esta gente da UFSC que veio em boa parte para levar vidão de turista na Capital-Ilha da Fantasia, juntamente com as oligarquias, é responsável pela tardia expansão (ridícula até o momento...) da universidade, num estado com quase 300 municípios. Tivemos um até um ministro da educação, sr Bornhausen. E não por acaso quem se expandiu foi o ensino privado, dito comunitário, onde a Univali se destaca pela ausência completa de eleições livres, diretas, abertas. O Kadafi já se foi, quem sabe a primavera chegue à Univali também. Eleição indireta através de conselho de pessoas nomeadas não vale. Até nosso velho reitor Edson Villela submeteu-se uma vez à eleição direta.